Onde fica o escritório do Nubank hoje
Ao contrário dos grandes bancos tradicionais, o Nubank não espalhou agências físicas pelo país. Mas isso não significa que o banco digital exista apenas “na nuvem”. O coração da operação está em São Paulo, em um escritório projetado para concentrar tecnologia, atendimento e gestão em um único espaço.
O principal escritório do Nubank, conhecido internamente como NuOffice, fica na cidade de São Paulo, na região de Pinheiros, uma das áreas mais valorizadas e bem conectadas da capital. O endereço oficial divulgado pela empresa em materiais públicos é:
São Paulo – Sede do Nubank (NuOffice)
Bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo (SP).
Próximo a estações de metrô e corredores de ônibus, com fácil acesso à Av. Rebouças e à Marginal Pinheiros.
Além da sede em São Paulo, o Nubank também mantém escritórios em outros países onde opera:
- Cidade do México – hub focado principalmente na operação mexicana;
- Buenos Aires – centro importante para áreas de tecnologia e engenharia, atendendo vários mercados onde o Nubank atua.
Esses escritórios internacionais reforçam a estratégia de expansão da empresa na América Latina e ajudam a atrair profissionais de tecnologia em mercados onde a competição por talentos é intensa.
Na prática, quando alguém pergunta “onde fica o Nubank?”, a resposta é dupla: o banco está nos servidores e aplicativos que o cliente usa todos os dias, mas as decisões estratégicas, os produtos e o suporte de alto nível nascem desses escritórios físicos, com forte peso da sede paulistana.
Por que o Nubank quase não fala em “agência”
Uma diferença importante em relação aos bancos tradicionais é a linguagem. Enquanto concorrentes falam em “agências”, o Nubank insiste em “escritório” ou “sede”. Isso não é apenas uma questão de marketing: diz muito sobre o modelo de negócio.
No sistema bancário clássico, a agência física é:
- um ponto de atendimento ao público;
- um símbolo de presença territorial;
- parte da estratégia de relacionamento com o cliente.
O Nubank, por outro lado, nasceu como banco 100% digital. Por isso, seu escritório não atende clientes presencialmente. Ele funciona como:
- centro de desenvolvimento de produtos (cartões, conta, empréstimos, investimentos);
- base de times de tecnologia, dados, riscos e design;
- estrutura de suporte jurídico, regulatório e corporativo;
- ponto de integração cultural para funcionários que optam pelo modelo híbrido.
Quando o cliente pergunta se existe “agência Nubank” para ir pessoalmente resolver um problema, a resposta é direta: não. Tudo é feito via app, chat, telefone ou canais digitais. O escritório, portanto, é um bastidor – importante, mas invisível para a maioria dos usuários.
Como funciona o dia a dia no escritório do Nubank
O NuOffice foi projetado para reforçar uma imagem muito diferente dos velhos prédios de mármore dos bancos tradicionais. Em vez de balcões, divisórias altas e dress code rígido, o Nubank aposta em ambientes abertos, espaços de convivência e muitas salas de reunião de tamanho variado.
Em linhas gerais, o escritório é organizado para favorecer times multidisciplinares. Em vez de separar funcionários por “andar da diretoria” ou “andar da tesouraria”, a lógica é agrupar áreas em torno de produtos e problemas concretos. Um time típico pode reunir:
- desenvolvedores e engenheiros de software;
- analistas de dados e cientistas de dados;
- profissionais de produto (product managers);
- designers de experiência do usuário (UX/UI);
- especialistas em riscos, compliance e jurídico, conforme o projeto.
Do ponto de vista prático, isso significa reuniões rápidas, trocas constantes e ciclos curtos de desenvolvimento. Em vez de projetos que levam anos para sair do papel, o Nubank trabalha com lançamentos graduais, testes com grupos pequenos de clientes e ajustes contínuos.
O espaço físico acompanha essa lógica:
- mesas compartilhadas e flexíveis (sem mesas fixas para muitos cargos);
- salas de reunião menores, para encontros rápidos de squad;
- salas maiores, usadas para reuniões de área ou assembleias internas;
- áreas de descanso e convivência, que a empresa apresenta como parte da cultura de “ambiente informal”.
Há também uma parte menos visível, mas central: áreas dedicadas à segurança da informação e à infraestrutura tecnológica. Em um banco digital, qualquer falha de sistema pode impactar milhões de clientes ao mesmo tempo. Por isso, mesmo em um espaço com aparência leve, o bastidor é altamente controlado, com políticas rígidas de acesso, monitoramento e conformidade regulatória.
Modelo de trabalho: remoto, híbrido e presencial
Uma das perguntas mais comuns sobre o escritório do Nubank hoje não é apenas “onde fica?”, mas “é preciso ir até lá para trabalhar?”. A resposta depende da função, mas a tendência da empresa, especialmente depois da pandemia, foi adotar um modelo mais flexível.
A partir de 2020, o Nubank acelerou políticas de trabalho remoto. Em comunicados públicos, a empresa destacou alguns pontos:
- várias vagas de tecnologia passaram a aceitar profissionais em qualquer lugar do Brasil;
- parte dos cargos corporativos adotou o esquema híbrido, com idas pontuais ao escritório;
- o trabalho 100% presencial ficou restrito a funções específicas, que exigem presença constante por razões operacionais ou regulatórias.
Esse arranjo deu origem ao que a empresa chama, em inglês, de um “novo jeito de trabalhar”, misturando home office, encontros presenciais estratégicos e uso do escritório mais como ponto de conexão do que como obrigação diária.
Na prática, é possível que um funcionário do Nubank:
- passe a maior parte da semana em casa;
- vá ao NuOffice algumas vezes por mês para reuniões presenciais, treinamentos ou eventos internos;
- participe de encontros maiores, como reuniões gerais com a liderança, em datas específicas.
Esse modelo tem implicações diretas para o tamanho e o uso do escritório. Em vez de acomodar todos os funcionários todos os dias, o espaço é desenhado para picos de ocupação, circulação fluida e uso intensivo de salas de reunião, mais do que de mesas fixas tradicionais.
O que o escritório revela sobre a cultura do Nubank
O modo como uma empresa organiza o seu espaço físico costuma dizer muito sobre como ela se enxerga. No caso do Nubank, alguns pontos se destacam.
1. Foco em tecnologia e produto
O escritório não é pensado para atender o público, mas para criar produtos digitais que reduzam a necessidade de atendimento presencial. Isso reforça a imagem de fintech e de empresa de tecnologia que, por acaso, opera no setor financeiro.
Esse enfoque se reflete na composição do quadro de funcionários: uma parcela significativa é formada por desenvolvedores, engenheiros, cientistas de dados e especialistas em experiência do usuário. Ao andar pelo NuOffice, é mais provável encontrar lousas cheias de fluxos de app do que grandes salas de atendimento ao cliente.
2. Estrutura horizontal, mas com regras claras
O Nubank costuma falar em ambiente informal, com menos barreiras entre funcionários e lideranças. Na prática, isso aparece em:
- menos distinção visual entre “andares de chefia” e “andares operacionais”;
- espaços compartilhados de convivência usados por todos os níveis hierárquicos;
- comunicações internas frequentes, incluindo apresentações abertas com fundadores e diretores.
Mas a informalidade de aparência não significa falta de estrutura. Como instituição financeira regulada pelo Banco Central, o Nubank precisa manter processos muito claros em áreas como:
- prevenção à lavagem de dinheiro;
- segurança de dados;
- monitoramento de fraudes;
- gestão de risco de crédito.
Várias dessas funções também estão baseadas no escritório, em células específicas, com acesso controlado.
3. Atração de talentos em competição com big techs
O NuOffice é também uma vitrine de employer branding. Em um mercado onde empresas de tecnologia globais disputam os mesmos profissionais, a sede física funciona como cartão de visitas. Ambientes visualmente modernos, refeitórios, áreas de descanso e estruturas de bem-estar aparecem com frequência em materiais de recrutamento.
Isso aproxima o Nubank mais de empresas como Google, Meta ou grandes startups do ecossistema brasileiro do que de bancos tradicionais com longos corredores de atendimento e balcões padronizados.
Impactos para clientes: o que muda por não haver agência
Para o cliente, o fato de o Nubank ter um escritório em São Paulo, mas não ter agências abertas ao público, traz efeitos concretos no dia a dia.
Vantagens mais frequentes
- Custos operacionais menores: sem uma rede física extensa, o banco reduz despesas com aluguel, segurança e manutenção de agências, o que ajuda a sustentar tarifas mais baixas e produtos sem anuidade;
- Processos mais rápidos: abertura de conta, solicitação de cartão, contratação de empréstimo e investimentos são feitos diretamente no app, sem fila física;
- Atendimento 24 horas: o suporte via aplicativo ou telefone não depende do horário comercial de agência.
Limitações para alguns perfis
- clientes que preferem atendimento presencial ficam sem essa opção;
- pessoas com pouco acesso a internet ou dificuldade de uso de aplicativo podem enfrentar barreiras;
- situações em que a presença física facilitaria a resolução de conflitos (por exemplo, discussão detalhada sobre contestação de transações) precisam ser resolvidas exclusivamente por canais digitais.
Nesses casos, o escritório do Nubank não substitui a agência. Ele existe para dar suporte aos canais digitais, não para receber o público geral.
O que o modelo de trabalho revela sobre o futuro do banco digital
Observar como o Nubank organiza seu escritório e seu regime de trabalho ajuda a entender alguns movimentos mais amplos do setor financeiro e do mercado de trabalho.
Banco ou empresa de tecnologia?
Ao concentrar esforços em um escritório voltado a times de produto, engenharia e dados, o Nubank reforça a tese de que o sistema financeiro está se aproximando do modelo de big tech: poucos espaços físicos, foco em plataformas e forte dependência de talentos altamente qualificados.
Isso tende a impactar:
- a forma como novos serviços financeiros são desenhados (prioridade para experiência no app);
- a velocidade de lançamento de produtos (ciclos mais curtos, testes constantes);
- a competição por clientes (plataformas mais simples e diretas tendem a ganhar espaço).
Trabalho remoto como padrão, não exceção
O modelo híbrido e remoto adotado pelo Nubank sinaliza uma tendência que vai além do setor financeiro. Ao permitir que uma parte relevante da equipe trabalhe de qualquer lugar, a empresa:
- acessa um mercado de trabalho mais amplo, sem se limitar à cidade de São Paulo;
- reduz custos de deslocamento e tempo perdido em trânsito para funcionários;
- precisa investir mais em ferramentas digitais internas, governança e segurança.
Para o mercado, esse arranjo indica que escritórios como o NuOffice passam a ter um papel mais simbólico e estratégico do que operacional no dia a dia. Eles são pontos de encontro e de integração cultural, não mais o único lugar onde “o trabalho acontece”.
Regulação e confiança em um mundo sem agência
Ao abrir mão de uma rede de agências físicas, o Nubank se apoia em dois pilares para manter a confiança do público:
- regulação rigorosa do Banco Central, que supervisiona capital, liquidez e governança;
- transparência em canais digitais, com comunicação constante sobre mudanças de produto, segurança e política de privacidade.
O escritório, nesse contexto, é o espaço onde essas duas dimensões se encontram: tecnologia de um lado, regulação do outro. É ali que times de risco, jurídico e compliance trabalham junto com engenharia para traduzir normas em códigos, fluxos de app e sistemas internos.
Vale a pena saber onde fica o escritório do Nubank?
Para o cliente comum, a localização exata do NuOffice em São Paulo não muda a forma de usar o banco: não há atendimento no local, não há caixa eletrônico próprio e nenhum serviço é prestado presencialmente. Tudo continua concentrado no aplicativo, no site e nos canais de suporte.
Por outro lado, entender como o Nubank organiza o seu escritório ajuda a responder três perguntas importantes:
- Por que o banco consegue operar com menos tarifas? – porque não mantém uma rede de agências, o que reduz custos fixos relevantes;
- Por que quase tudo é resolvido pelo app? – porque o foco do escritório é desenvolver soluções digitais que substituam processos presenciais;
- Por que o Nubank contrata tantos profissionais de tecnologia? – porque a “agência” do banco é, na prática, o aplicativo, e ele precisa ser constantemente aprimorado.
O escritório físico, portanto, é essencial para o funcionamento do Nubank, mas invisível para o usuário final. Ele concentra decisões, códigos, análises e políticas que moldam a experiência do cliente – mesmo que esse cliente nunca pise em Pinheiros ou em qualquer outro endereço da empresa.
Em um cenário em que bancos digitais ganham espaço e o trabalho híbrido se consolida, observar como o Nubank estrutura seu escritório e seu modelo de trabalho é uma forma de antecipar como pode ser o futuro da relação entre instituições financeiras, tecnologia e mercado de trabalho nos próximos anos.
Para quem acompanha o setor, a mensagem é clara: mais do que saber “onde fica o Nubank”, vale entender por que um banco que quase não aparece nas ruas ocupa tanto espaço na tela do celular – e cada vez mais espaço nas discussões sobre o rumo do sistema financeiro brasileiro.
Felipe