As paisagem mais linda do mundo: destinos internacionais e brasileiros que impressionam pela beleza natural

As paisagem mais linda do mundo: destinos internacionais e brasileiros que impressionam pela beleza natural

Quando alguém pergunta “qual é a paisagem mais linda do mundo?”, a resposta sincera é: depende de quem olha. Mas alguns lugares, no Brasil e no exterior, aparecem com tanta frequência em rankings, fotos de viajantes e relatos de pesquisadores que já se tornaram quase um consenso quando o assunto é beleza natural.

Neste texto, vamos passar por alguns desses destinos, sempre com foco em informações práticas: quando ir, quanto custa em média, que tipo de viajante se beneficia mais de cada lugar e quais cuidados tomar. A ideia não é eleger um “campeão”, mas mostrar cenários impressionantes e muito diferentes entre si — da Patagônia ao Jalapão, dos fiordes noruegueses aos Lençóis Maranhenses.

O que faz uma paisagem ser “a mais linda do mundo”?

A ciência não oferece um ranking definitivo, mas alguns fatores aparecem com frequência em estudos sobre percepção de beleza na natureza:

  • Contraste de cores e formas: montanhas nevadas contra lagos azuis, dunas brancas com lagoas verdes, mar turquesa sobre recifes escuros.
  • Sensação de escala: quedas d’água gigantes, desfiladeiros profundos, cordilheiras que parecem não ter fim.
  • Elementos “raros”: fenômenos que não vemos no dia a dia, como aurora boreal, gêiseres, desertos de sal ou florestas alagadas.
  • Preservação ambiental: áreas pouco urbanizadas, com pouca poluição visual, sonora e luminosa.

Na prática, a “paisagem perfeita” costuma ser a combinação de beleza visual com experiência: facilidade (ou dificuldade calculada) de acesso, segurança, custo, infraestrutura e o tipo de atividade que o lugar oferece. É com essa lógica que vamos organizar os destinos a seguir.

Destinos internacionais que impressionam pela beleza natural

Para quem pensa em viajar para fora do Brasil em busca de paisagens marcantes, alguns países aparecem de forma recorrente nas listas de fotógrafos, documentalistas e operadoras de turismo de natureza.

Patagônia (Argentina e Chile)

A Patagônia, dividida entre Chile e Argentina, é um dos cenários mais emblemáticos quando se fala em montanhas, gelo e lagos de cor intensa. No lado chileno, o Parque Nacional Torres del Paine reúne picos pontiagudos, glaciares e trilhas estruturadas. No lado argentino, El Calafate e El Chaltén são bases para visitar o Glaciar Perito Moreno e o Fitz Roy.

  • Melhor época: entre outubro e março (primavera e verão no hemisfério sul), quando as trilhas estão mais acessíveis e os dias são longos.
  • Perfil de viajante: quem gosta de trilha, fotografia de montanha e não se incomoda com vento forte e variação brusca de temperatura.
  • Custo médio: não é um destino barato; hospedagens em áreas mais remotas e passeios para glaciares costumam ter preços elevados, alinhados com turismo de natureza de alto custo.
  • Cuidados: clima muda rápido; é importante seguro viagem e roupas adequadas para frio e chuva, mesmo no verão.

Islândia

A Islândia concentra em uma ilha pequena uma variedade enorme de paisagens: cachoeiras volumosas, campos de lava, praias de areia preta, gêiseres e, no inverno, a chance de ver a aurora boreal. A chamada “Ring Road”, estrada que contorna o país, permite percorrer os principais pontos em carro alugado.

  • Melhor época: verão (junho a agosto) para dias longos e estradas em melhores condições; entre setembro e março para quem busca aurora boreal.
  • Perfil de viajante: quem gosta de road trip, fotografia de paisagem e tem disposição para dirigir em condições muitas vezes desafiadoras.
  • Custo médio: a Islândia costuma aparecer entre os países mais caros da Europa: alimentação, hospedagem e combustível têm valores altos.
  • Cuidados: respeitar as orientações de segurança em áreas geotérmicas e falésias; o vento pode ser perigoso nas estradas.

Fiordes da Noruega

Os fiordes noruegueses são vales escavados por geleiras, hoje preenchidos por água do mar, cercados por montanhas. Os mais famosos, como Geirangerfjord e Nærøyfjord, são Patrimônio Mundial da Unesco e podem ser explorados por cruzeiros, ferries locais ou trilhas.

  • Melhor época: maio a setembro, com destaque para o verão, quando o clima é mais ameno e há mais opções de passeios de barco.
  • Perfil de viajante: quem prefere paisagem dramática com boa infraestrutura, sem necessariamente fazer trilhas longas.
  • Custo médio: Noruega é um destino caro, porém é possível otimizar usando mercados para alimentação e transporte público regional.
  • Cuidados: atenção a neblina e chuva, que podem limitar a visibilidade; reservar com antecedência na alta temporada.

Nova Zelândia

Dividida em Ilha Norte e Ilha Sul, a Nova Zelândia combina montanhas, fiordes, vulcões, florestas e lagos. O Parque Nacional de Fiordland (Milford Sound), a região de Queenstown e o Tongariro Alpine Crossing aparecem com frequência em roteiros focados em paisagem.

  • Melhor época: primavera e verão (outubro a março) para trilhas e atividades ao ar livre; inverno para quem busca neve e esportes de inverno.
  • Perfil de viajante: ideal para quem gosta de natureza variada, esportes de aventura (bungee jump, trilhas, esportes aquáticos) e road trips.
  • Custo médio: passagens aéreas são o principal obstáculo de preço para brasileiros; uma vez no país, há opções para diferentes orçamentos.
  • Cuidados: respeitar trilhas sinalizadas e condições climáticas; algumas rotas alpinas exigem bom preparo físico.

Deserto do Atacama (Chile)

No norte do Chile, o Atacama é considerado um dos desertos mais secos do mundo. A paisagem mistura salares, lagoas de altitude, vulcões e formações rochosas. O céu extremamente limpo faz da região um dos melhores lugares do planeta para observação astronômica.

  • Melhor época: o ano todo; a amplitude térmica é grande em qualquer estação.
  • Perfil de viajante: quem busca paisagens “de outro planeta”, gosto por fotografia e interesse em astronomia.
  • Custo médio: mais acessível do que países europeus, mas passeios de dia inteiro (salares, gêiseres) podem pesar no orçamento.
  • Cuidados: altitude; alguns passeios superam 4.000 m. Hidratação, alimentação leve e aclimatação gradual ajudam a evitar mal-estar.

Maldivas

As Maldivas se tornaram sinônimo de mar cristalino e bangalôs sobre a água. A paisagem é menos sobre montanhas e mais sobre tons de azul, recifes de coral e pequenas ilhas.

  • Melhor época: de novembro a abril, período mais seco.
  • Perfil de viajante: casais em lua de mel, quem busca descanso, mergulho e snorkel em águas claras.
  • Custo médio: geralmente alto; resorts em ilhas privadas trabalham com diárias elevadas, embora haja alternativas mais econômicas em ilhas locais.
  • Cuidados: observar regras de preservação dos recifes; não tocar corais e não alimentar peixes.

Paisagens brasileiras que não ficam atrás de nenhum destino internacional

Para quem prefere ficar dentro do país, o Brasil oferece uma variedade impressionante de biomas e cenários. Alguns lugares, inclusive, costumam ser comparados a destinos famosos lá fora, com a vantagem do idioma, da proximidade e, em muitos casos, de custos mais controláveis.

Lençóis Maranhenses (Maranhão)

Os Lençóis Maranhenses formam uma paisagem única: dunas de areia branca recortadas por lagoas de água de chuva, em tons que vão do verde ao azul intenso. O parque nacional se estende por cerca de 155 mil hectares, e as principais bases são Barreirinhas, Atins e Santo Amaro.

  • Melhor época: entre junho e agosto, quando as lagoas estão cheias após o período de chuvas.
  • Perfil de viajante: quem busca um cenário diferente de tudo, com foco em passeios de 4×4, caminhadas leves e banhos de lagoa.
  • Custo médio: voo até São Luís é o maior item; a partir daí, há opções variadas de hospedagem, de pousadas simples a estruturas mais sofisticadas.
  • Cuidados: sol forte e pouca sombra; protetor solar, chapéu e hidratação são indispensáveis.

Chapada Diamantina (Bahia)

A Chapada Diamantina reúne cânions, cachoeiras altas, grutas com água cristalina e mirantes amplos. Fotos clássicas do destino incluem o Morro do Pai Inácio, a Cachoeira da Fumaça e a Gruta da Pratinha. A cidade de Lençóis serve como principal porta de entrada.

  • Melhor época: o ano todo, com variações: no período chuvoso, cachoeiras mais volumosas; na seca, trilhas mais seguras e poços com água mais clara.
  • Perfil de viajante: trilheiros, fotógrafos, quem gosta de combinar cidade histórica com natureza.
  • Custo médio: relativamente acessível se comparado a destinos internacionais; há hostels, pousadas e hotéis de padrão médio.
  • Cuidados: muitas trilhas exigem guia local, tanto por segurança quanto para evitar se perder em áreas extensas.

Foz do Iguaçu (Paraná)

As Cataratas do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina, costumam aparecer em listas de “maravilhas naturais” justamente pela combinação de volume de água, largura e vegetação ao redor. O lado brasileiro oferece vista panorâmica; o argentino, uma aproximação maior das quedas.

  • Melhor época: o ano todo, com diferenças de volume de água; períodos de chuva podem deixar as cataratas ainda mais impressionantes.
  • Perfil de viajante: famílias, casais, grupos de amigos e até viagens rápidas de fim de semana.
  • Custo médio: variado, com boa oferta de hotéis em diferentes faixas de preço.
  • Cuidados: em dias de grande movimento, é recomendável comprar ingressos e passeios (como barco) com antecedência.

Jalapão (Tocantins)

O Jalapão se tornou conhecido pelas imagens de fervedouros — nascentes de água cristalina onde o banhista “boia” sem afundar —, além de dunas alaranjadas e formações de cerrado preservado. É um destino de natureza ainda relativamente isolado.

  • Melhor época: seca, entre maio e setembro, quando as estradas de terra estão em melhores condições.
  • Perfil de viajante: quem não se incomoda com deslocamentos longos em 4×4, hospedagens simples e pouca estrutura urbana.
  • Custo médio: pacotes em veículos 4×4 com guia costumam ser a forma mais comum de conhecer a região; isso encarece a viagem, mas aumenta a segurança.
  • Cuidados: não é recomendado ir por conta própria sem experiência em dirigir em estrada de areia e sem conhecimento local.

Fernando de Noronha (Pernambuco)

Noronha é frequentemente apontada como um dos litorais mais bonitos do mundo. A Baía do Sancho, a Baía dos Golfinhos e a Praia do Leão se destacam pela combinação de mar transparente, falésias e vida marinha abundante.

  • Melhor época: setembro e outubro costumam combinar mar calmo e boa visibilidade para mergulho; na alta temporada de verão, os preços sobem.
  • Perfil de viajante: quem valoriza praia, snorkel e mergulho, com disposição para pagar mais caro por preservação e distância do continente.
  • Custo médio: elevado, considerando taxa de preservação ambiental, hospedagem e alimentação.
  • Cuidados: respeitar regras do parque nacional; limitação de visitantes em algumas trilhas e praias visa justamente manter o ambiente preservado.

Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)

O Pantanal é a maior planície alagável do mundo e um dos melhores lugares do planeta para observar fauna em ambiente natural. Além da paisagem de campos alagados, rios e árvores retorcidas, a possibilidade de ver onça-pintada, arara-azul e outros animais é um diferencial.

  • Melhor época: estação seca (geralmente de maio a setembro), quando a observação de animais é facilitada.
  • Perfil de viajante: interessados em vida selvagem, fotografia de fauna e ecoturismo.
  • Custo médio: estadas em pousadas de natureza variam bastante; safáris fotográficos especializados costumam ter preços mais altos.
  • Cuidados: escolher operadoras que respeitem regras de distância de animais e que tenham práticas sustentáveis; checar condições de acesso na época de cheias.

Serra Gaúcha e Aparados da Serra (Rio Grande do Sul e Santa Catarina)

Na região Sul, a combinação de cânions, campos de altitude e estradas cênicas forma um conjunto de paisagens que muitas vezes é comparado a trechos alpinos. Nos parques nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral, destacam-se os cânions Itaimbezinho e Fortaleza. A Serra do Rio do Rastro, com suas curvas fechadas, é uma das estradas mais fotogênicas do país.

  • Melhor época: outono e inverno, para quem busca temperaturas mais baixas e possibilidade de neblina criando cenários dramáticos; verão é mais agradável para trilhas.
  • Perfil de viajante: quem aprecia mirantes, trilhas curtas a moderadas e o clima de cidades serranas.
  • Custo médio: relativamente variado, com opções de pousadas simples a hotéis mais estruturados.
  • Cuidados: neblina pode limitar a visibilidade na estrada; checar previsões e evitar dirigir à noite em trechos sinuosos.

Como escolher seu próximo destino de paisagem inesquecível

Diante de tantas opções, a pergunta prática é: por onde começar? Alguns critérios ajudam a transformar a lista de lugares “mais lindos do mundo” em um plano de viagem realista.

  • Orçamento disponível: destinos como Islândia, Noruega, Maldivas e Noronha tendem a exigir investimento maior. Já Chapada Diamantina, Foz do Iguaçu e alguns trechos da Serra Gaúcha podem ser adaptados a diferentes faixas de renda.
  • Tempo de viagem: quem tem poucos dias tende a aproveitar melhor destinos com acessos mais simples, como Foz do Iguaçu ou Lençóis Maranhenses, do que roteiros complexos como Nova Zelândia.
  • Nível de esforço físico: trilhas longas na Patagônia ou na Chapada Diamantina exigem preparo; cruzeiros pelos fiordes ou visitas a mirantes com acesso fácil atendem perfis que preferem menos esforço.
  • Tolerância a clima extremo: frio intenso, calor seco de deserto ou alta umidade da floresta podem ser decisivos para a experiência.
  • Interesse principal: fauna (Pantanal), mar e mergulho (Noronha, Maldivas), montanha (Patagônia, Nova Zelândia), desertos (Atacama, Jalapão) ou combinação de cidades e natureza.

Outro ponto relevante é a responsabilidade ambiental. Muitos dos lugares citados enfrentam pressão crescente do turismo. Pesquisar operadoras, respeitar limites de visitantes, não deixar lixo e seguir regras de cada parque não são apenas detalhes éticos: são condições para que essas paisagens continuem existindo como as conhecemos hoje.

Se a “paisagem mais linda do mundo” é, em parte, uma decisão pessoal, o acesso à informação ajuda a fazer escolhas melhores. Com planejamento, atenção aos custos e respeito aos limites da natureza, é possível transformar aquelas imagens de capa de revista em memórias reais, seja em outro continente, seja a poucas horas de voo dentro do Brasil.

Independentemente do destino, uma pergunta vale ser feita antes de fechar qualquer roteiro: o que você quer sentir quando estiver diante dessa paisagem? A resposta pode ser o melhor guia para decidir se é hora de arrumar a mochila para o deserto, para a montanha, para a floresta — ou para a próxima praia brasileira da sua lista.

Felipe